Com juros altos, reajustes de preços e falta de produtos no mercado por causa da escassez de semicondutores, a indústria automobilística vendeu em abril 147,2 mil veículos novos, número muito próximo ao de março mas 15,9% inferior ao de igual mês de 2021.
Tirando o mês de abril de 2020 – o mais baixo da história do setor quando, no início da pandemia, apenas 55,7 mil veículos foram vendidos –, o resultado do mês passado foi o pior para abril desde 2006. No acumulado deste ano foram comercializados 552,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 21,3% a menos ante o mesmo período de 2021.
Além dos problemas já citados, parte da indústria automobilística acredita que a espera por um novo corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), previsto para início deste mês, tenha levado o consumidor a postergar a compra, de olho em alguma redução de preço.
Ao anunciar, na sexta-feira, a ampliação de 25% para 35% no corte da alíquota em vigor desde fevereiro, os automóveis não foram contemplados. Para o segmento, foi mantida a alíquota de 18,5% que já teve pouco efeito no mês passado.
No mês passado, algumas fabricantes reduziram seus preços, mas em índices baixos, de cerca de 2%. Outras sequer baixaram preços de tabela, alegando que, em razão dos altos custos das matérias-primas e componentes, conseguiram apenas segurar novos reajustes. Os preços dos carros novos desde o início do ano ultrapassam o índice de inflação.
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