Morreu neste domingo (14.fev.2021) o ex-presidente da Argentina Carlos Saúl Menem, aos 90 anos. Ele estava internado por uma infecção urinária e também sofria de problemas cardíacos. A causa da morte não foi divulgada.
Atual senador da província de La Rioja, Menem foi presidente da Argentina de 1989 a 1999. Antes disso, ele também foi governador de La Rioja logo antes do golpe militar que levou o país a uma ditadura, de 1976 a 1983. Durante os anos ditatoriais, Menem foi preso pelos militares. Após a redemocratização, ele voltou a governar a sua província natal.
Em 1989, o advogado de formação se elegeu como presidente do país. Durante 2 mandatos, ele mudou a realidade econômica do país. Menem foi o responsável pela abertura comercial argentina e também pela privatização de empresas públicas, além da política de câmbio em que US$ 1 equivalia a 1 peso.
Em movimentos contraditórios, Menem também assinou indultos a favor de militares da ditadura de 1976 e de guerrilheiros que os combateram. Após a reforma constitucional argentina, Menem se candidatou para um segundo mandato e continuou a frente do país. No entanto, o modelo econômico implementado por ele já dava sinais de problemas.
Em 2001, o país enfrentou uma grave crise econômica, já durante o governo de Fernando de la Rúa. A última vez que Menem concorreu a presidência da Argentina foi em 2003, quando Nestor Kirchner passou a governar o país.
Menem também é lembrado pelas denúncias de corrupção. Senador desde 2005, o político foi alvo de diversas investigações e precisou responder nos tribunais as acusações de seu período na presidência. Sua última condenação foi em 2019, pelo superfaturamento de obras e por fraude na venda de um imóvel na década de 1990.
© Wikicommns O presidente argentino Carlos Menem morreu neste domingo (14.fev.2021); na foto, seu encontro com o então presidente brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, e o presidente uruguaio Juan Carlos Wasmosy, em 1996
O atual presidente argentino, Alberto Fernández se pronunciou pelo Twitter sobre a morte de Menem. Fernández lembrou a luta pela democracia do ex-presidente e se solidarizou com sua família. “Com profundo pesar soube da morte de Carlos Saúl Menem. Sempre eleito em democracia, foi governador de La Rioja, presidente da nação e senador nacional. Durante a ditadura, ele foi perseguido e preso. Todo o meu amor vai para Zulema, Zulemita e todos aqueles que o choram hoje”, escreveu.
Esta notícia foi lida 86 vezes!