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Zuckerberg e ‘Ainda Estou Aqui’ ecoam em ato de memória ao 8 de Janeiro com ‘Xandão’ ovacionado

Guilherme Caetano

“Eu tenho 79 anos e já vivi muito”, começou seu discurso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à frente de um painel escrito Democracia Fortalecida no segundo andar do Palácio do Planalto. “E nunca conheci um ministro da Suprema Corte que tivesse um apelido dado pelo povo, chamado ‘Xandão’”.

A brincadeira fazia referência à ovação com que tinha sido recebido o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na sua chegada minutos antes à cerimônia em memória dos ataques golpistas, que completam dois anos nesta quarta-feira, 8. O evento reuniu autoridades dos Três Poderes, mas nenhuma delas foi mais aplaudida que o magistrado responsável pelos inquéritos sobre a tentativa de golpe.

Bem-humorado, Moraes passou o evento aos cochichos e risadas com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, enquanto a plateia gritava “sem anistia” sempre que o plano bolsonarista de interromper a transição democrática de 2022 era mencionado. Mas dois outros eventos mais recentes ecoaram pelos discursos proferidos no palácio.

A premiação de Fernanda Torres como melhor atriz no Globo de Ouro, no domingo, 5, pelo papel interpretado no filme Ainda Estou Aqui, sobre a história da família do ex-deputado federal Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar, embalou autoridades e público no evento.

“Hoje é dia de dizer em alto e bom som: ainda estamos aqui”, disse Lula, arrancando aplausos dos presentes. “Estamos aqui para dizer que estamos vivos, e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 2022″. Já a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), representando o ausente presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), repetiu uma frase proferida por Ulysses Guimarães na promulgação da Constituição de 1988: “A sociedade é Rubens Paiva, não os fascínoras que o mataram”.

Momentos depois, dois netos de Eunice, Chico Rubens Paiva e João Francisco Paiva Avelino, assinaram junto de Messias e de Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça e Segurança Pública, um decreto que institui o Prêmio Eunice Paiva da Defesa da Democracia. Uma vez por ano, a AGU vai premiar brasileiros ou estrangeiros que “tenham colaborado de maneira notável para a preservação, restauração ou consolidação da democracia no Brasil, assim como para o avanço dos valores constitucionais do Estado Democrático de Direito”.

De modo indireto, outra notícia desta semana pairava sobre o evento promovido pelo Palácio do Planalto. A Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, anunciou na terça-feira que vai acabar com a checagem de informações e reduzir a moderação de conteúdo em suas plataformas, medidas que devem impulsionar a desinformação nas redes sociais. Para a cúpula do governo federal, a falta de moderação na internet é combustível para ataques à democracia como aqueles vistos no Brasil.

Tanto Lewandowski quanto Lula mencionaram a arena digital como problema. “O ataque à nossa democracia não começou em 8 de janeiro (de 2023). O processo foi mais sutil, gradual. Passamos a viver um clima de desinformação crescente, alimentado por ataques à eficiência das urnas eletrônicas e ao próprio processo eleitoral. Vimos todos o discurso de ódio e a disseminação de notícias falsas crescerem, alimentando a polarização e criando a narrativa de ‘nós contra eles’”, discursou o ministro.

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