A produção tem tudo o que os outros shows da trupe canadense têm: acrobacias espetaculares no chão, no trapézio ou no ar, malabarismos, palhaçadas e uma história que se desenrola no meio de todos esses números circenses. Mas tem algo a mais, e isso torna todo e qualquer movimento extremamente desafiador. Crystal é o primeiro espetáculo do Cirque du Soleil no gelo.
Crystal é a protagonista. Uma garota incompreendida em casa. “Você é tão estranha! Tão esquisita! Não se importa com o que dizemos. Vive em seu mundo”, ela ouve dos pais no início da história. A garota foge, repetindo para ela mesma: “Encontre seu eu interior”. Nessa jornada de autodescoberta, Crystal mergulha em sua imaginação e passa a viver situações de encontros e desencontros – com quem ela é, com a imagem que ela acha que a família tem dela, com quem ela sonha ser.
Da escola ao mercado de trabalho. Ordem, obediência e padrões. No diário, ela encontra um espaço de expressão. Com sua caneta, pode escrever o mapa de sua mente, e sua felicidade. No ar, encontra o amor. E ela flutua a muitos metros do chão, para o espanto da plateia.
O Estadão assistiu à estreia do espetáculo numa pequena cidade no Texas, nos Estados Unidos, há alguns dias. O público se impressionou com a façanha da trupe, que precisou incorporar um novo perfil de profissional nesta produção: patinadores. Patinadores de gelo, com sua leveza, e os radicais – todos eles muito jovens e… radicais, descendo rampas, saltando, deslizando a toda a velocidade. No gelo, claro.
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