Vera Rosa
Estadão
BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou, nos últimos dias, o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, dando a entender que ele é o seu preferido para ocupar a vaga a ser aberta com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A pelo menos dois interlocutores com quem conversou, após ser avisado por Barroso sobre sua saída antecipada do STF, Lula disse que Messias estava “maduro” para o cargo, não se tratando apenas de uma “aposta”. O presidente afirmou, ainda, estar ciente da pressão que receberia para nomear outros candidatos, mas não pareceu disposto a ceder.
Messias viajou nesta quinta-feira, 9, com Lula para Salvador e teve uma conversa reservada com ele. O assunto não foi divulgado
Evangélico, o advogado-geral da União é homem da estreita confiança do presidente, do líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
No ano passado, Messias quase chegou à Corte, mas Lula optou por Flávio Dino para o lugar antes ocupado por Rosa Weber, sob o argumento de que o então ministro da Justiça tinha um perfil jurídico e também político.
A escolha de Lula para o STF é crucial neste momento de crise na relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso, quando o governo tem sofrido sucessivas derrotas. Na prática, em um cenário de turbulência como o atual, é o STF que tem atuado para dar governabilidade ao presidente.
“O Supremo passou a ter uma importância enorme e nós não podemos errar”, disse Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, que reúne advogados ligados ao PT. “Messias é uma pessoa talhada para o cargo. Ele tem a confiança do presidente e do seu entorno, dos partidos da base aliada, dos juristas progressistas e do meio evangélico.”
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