Felipe Frazão
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou boa parte de seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para criticar diretamente o governo Donald Trump pela adoção de medidas “unilaterais e arbitrárias” contra instituições brasileiras. O presidente dos Estados Unidos devolveu na mesma moeda e criticou o que chamou de perseguição política no Brasil. Mesmo assim, Trump anunciou que terá um encontro com Lula na próxima semana.
Em sua 10ª participação, Lula abriu a sessão de debates da assembleia das Nações Unidas. A cerimônia marca os 80 anos da ONU. Trump falou na sequência. Enquanto um Lula deixava e Trump subia ao plenário da ONU, os dois presidentes se encontraram e marcaram o encontro. A data e o local ainda serão acordados entre os governos.
Trump demorou alguns segundos para aparecer na tribuna. Foi nesse curto intervalo que eles se falaram numa sala reservada de espera.
Na véspera da fala de Lula na ONU, o governo Trump anunciou uma nova leva de sanções a autoridades do poder Executivo e do Judiciário brasileiro. Como o Estadão mostrou, Lula calibrou seu discurso para contestar as “agressões” americanas, mas considerava cumprimentar Trump, se o encontrasse.
“Não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias contra nossas instituições e nossa economia”, disse Lula em seu discurso. “Essa ingerência em assuntos internos conta com auxílio da extrema direita e de antigas hegemonias”, criticou o petista.
O presidente também mencionou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que houve um processo “minucioso”, com amplo direito de defesa que não existe nas ditaduras.
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