Vivian Souza – G1
Quase uma semana após o início da polêmica, o presidente do Carrefour, Alexandre Bompard, enviou uma carta ao ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, com um pedido de desculpas pela fala em que questionou a qualidade da carne do Mercosul.
A fala de Bompard irritou produtores do bloco sul-americano, provocou um boicote dos frigoríficos brasileiros aos supermercados da rede no país e fez o governo brasileiro exigir uma retratação.
No documento, Bompard volta atrás em alguns argumentos usados em seu posicionamento inicial. Veja abaixo as diferenças entre os dois comunicados.
Após a retratação, o Carrefour Brasil informou, no início da tarde desta terça-feira (26), que o fornecimento de carne pelos frigoríficos locais foi retomado.
‘Não atende exigências e normas’ X ‘carne de qualidade’
(ANTES) Bompard citou o “risco de inundação do mercado francês com carne que não atende às suas exigências e normas” quando anunciou, na última quarta-feira (20), o veto à carne do Mercosul, que vale para lojas francesas da rede.
(DEPOIS) Na carta a Fávaro, divulgada nesta terça (26), Bompard diz que sabe que “a agricultura brasileira fornece carne de qualidade, respeito às normas e sabor”.
O questionamento da qualidade da carne produzida no bloco sul-americano, citado no primeiro comunicado de Bompard, foi recebido com mais irritação pelo governo e os produtores do que o veto em si.
Isso porque a França não é uma grande compradora do Brasil e as unidades do Carrefour no país europeu praticamente não vendem carne importada.
Mas a fala sobre a carne não atingir às exigências e normas foi recebida como uma afronta pelos frigoríficos brasileiros e pelo governo, e gerou o boicote ao Carrefour Brasil. Fávaro deixou claro que era este o ponto mais importante de uma eventual retratação: “Feito isso, compra quem quiser, quem achar que é importante”, afirmou.
No pedido de desculpas, o presidente do Carrefour disse que conhece o “profissionalismo, cuidado à terra e produtores” brasileiros.
Bompard, acrescentou ainda que sua fala gerou “confusão” e “pode ter sido interpretada como questionamento de nossa parceria com a agricultura brasileira e como uma crítica a ela”.
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