No dia 5 de julho de 2022, em reunião apontada pela Polícia Federal que evidenciou a “dinâmica golpista” por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cinco de seus ministros, a ordem para gravar a reunião partiu do próprio Bolsonaro. Com total de 23 ministros e apenas cinco na reunião, coube ao então ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, gravar o encontro para que os outros ministros recebessem o comunicado. Estavam na reunião Anderson Torres (ex-Justiça), general Augusto Heleno (ex-Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa), Mário Fernandes (ex-chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República) e Walter Braga Netto (ex-Casa Civil).
A informação de que Bolsonaro determinou a gravação partiu de uma pessoa próxima do ex-presidente, segundo a CNN Brasil. Bolsonaro, no entanto, não contava com a delação de Cid.
Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a gravação encontrada com Cid, mostra o desvio de finalidade das funções do cargo de ministro de Estado. “Nesse sentido, o então presidente da República exige que seus ministros – em total desvio de finalidade das funções do cargo – deveriam promover e replicar, em cada uma de suas respectivas áreas, todas as desinformações e notícias fraudulentas quanto à lisura do sistema de votação, com uso da estrutura do Estado brasileiro para fins ilícitos e dissociados do interesse público”, disse Moraes em trecho da decisão no âmbito da Operação Tempus Veritatis.
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