Quatro dias depois de a ditadura da Venezuela decidir inabilitar a candidatura da principal candidata da oposição, María Corina Machado, para as eleições presidenciais deste ano, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não se manifestou sobre a medida, que provocou a reimposição de sanções por parte dos EUA ao governo de Nicolás Maduro.
Outros países da América do Sul, como a Argentina, o Uruguai, o Paraguai e o Equador, condenaram a inelegibilidade da ex-deputada. Já governos de esquerda da Colômbia, com Gustavo Petro, e do México, com Andrés Manuel López Obrador, também optaram pelo silêncio.
Questionado pelo Estadão se a diplomacia brasileira pretendia se manifestar sobre a inabilitação de María Corina Machado, o Itamaraty não se pronunciou oficialmente até a publicação desta reportagem. O ministro Mauro Vieira também preferiu não falar.
Reservadamente, no entanto, diplomatas do Itamaraty dizem que a decisão de Maduro é um sinal de retrocesso, mas argumentam que se posicionar oficialmente agora seria precipitado, já que ainda faltam mais de seis meses para a eleição e o acordo de Barbados, que definiu a realização de eleições livres e libertação de prisioneiros políticos em troca do alívio nas sanções, ainda está vivo.
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