Mauro Beting
As piores Eliminatórias da história da seleção brasileira só não foram ainda piores pelo baixo nível geral (mais uma vez), e pela facilidade que é disputar a próxima Copa com 48 seleções – e contando – com seis vagas disponíveis para a América do Sul (e ainda a chance de o sétimo em um torneio com 10 equipes) poder se classificar…
Desde a primeira disputa, em 1957, quando houve apenas dois jogos, e desde 2002 (quando são 18), poucas vezes o Brasil jogou tão mal como atuou agora.
Partida boa com Diniz, com Dorival Júnior e com Ancelotti?
Nenhuma.
Contra a Bolívia, a 4.150m de El Alto, seleção já classificada, não importava. Até quem foi bem como Luiz Henrique é outra história. Conta pontos pelo desempenho atlético. Não pode ser tirado nada pela impropriedade que é jogar no céu infernal da altitude.
E quem não foi bem, não pode ser cobrado nunca na altitude, ainda mais em El Alto, que é mais de 500 metros acima dos já proibitivos 3.600m de La Paz.
As Eliminatórias foram um fiasco, não um fracasso. A campanha do Brasil, ao final das contas, é melhor do que as próprias contas. Inclusive porque o Equador teve três pontos perdidos no tapetão. O desempenho é frágil. Mas como “ganhar” as Eliminatórias é pouca coisa, o célebre troféu Água de Salsicha, ter feito uma má campanha não é tão deprimente quanto o futebol mal apresentado.
O que importa agora, mais torcida do que expectativa, é que se repita o que aconteceu em 2002. Quando o Brasil, depois de 18 jogos sofridos, com 104 atletas convocados por quatro treinadores diferentes, numa época com duas CPIs do futebol, uma delas especificamente contra a CBF, o Brasil (que era uma bagunça), em menos de um ano, foi 100% na Ásia. Mas com uma seleção que NÃO tinha Romário, Alex, Djalminha, Amoroso, Élber, Sonny Anderson e Emerson Puma.
Todos esses estariam convocados entre os 26 para 2026.
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