Ruan Nilton da Luz, de 39 anos, o homem que atirou contra oito pessoas, e matou Pedro Henrique Dias Soares, de 28 anos, e a adolescente Luana Rafaela Oliveira Barcelos, de 12 anos, em 30 de Outubro, dia do segundo turno da eleição de 2022, foi morto, na manhã desta quarta-feira (10/9), no Cersam (Centro de Referência em Saúde Mental) do Barreiro.
Segundo a polícia militar, um homem saltou da garupa de uma motocicleta e disparou 14 tiros em Ruan Luiz, que estava no local para tratamento psiquiátrico, determinado pela justiça em sua audiência de custódia, depois de ter sido preso em flagrante pelo duplo homicídio.
Segundo o subinspetor da Guarda Municipal, Juscelino Silva, Ruan, como fazia todas as quartas-feiras, chegou cedo, para sua sessão psiquiátrica. “No meio da sessão, ele pediu permissão para sair e fumar um cigarro, saindo do prédio. Ao chegar à varanda, foi surpreendido pelo homem que saltou da garupa de uma motocicleta e começou a atirar. Ele tentou correr para dentro do Cersam e se abrigar, mas foi perseguido e morto. Ninguém mais foi atingido pelos tiros”.
O subinspetor conta que, logo depois dos tiros, o atirador saiu correndo, montou na moto que o aguardava do lado de fora do prédio e fugiu, em alta velocidade.
Sem pistas
Um alerta foi emitido pela Polícia Militar e Guarda Municipal em busca do paradeiro da motocicleta com os dois homens, ainda sem pistas dos matadores. “A nossa expectativa é que imagens de câmeras de segurança das proximidades sejam repassadas para identificação dos criminosos”, diz o subinspetor.
Primeiro crime
Na noite do dia 30 de outubro, no bairro Nova Cintra, Região Oeste de Belo Horizonte, logo após o segundo turno das Eleições de 2022, aconteceu o tiroteio em que Ruan matou Pedro Henrique e Luana.
Ruan, que é “Bolsonarista”, estava revoltado com o resultado das eleições, vencidas por Lula. Ele saiu de casa armado e, ao chegar na rua, atirou contra duas mulheres, de 47 e 40 anos. Feridas, elas foram atendidas na UPA Oeste.
Depois desses disparos, ele fugiu correndo por um beco, até chegar à Avenida Tereza Cristina. Ao avistar uma garagem, onde pessoas comemoravam a vitória de Lula, começou a atirar novamente, atingindo outras seis pessoas. Entre elas, estavam as vítimas fatais, Paulo Henrique e Luana. Os dois foram levados para o Hospital do Pronto Socorro João XXIII (HPS), mas não resistiram aos ferimentos.
Ao ser preso, Ruan disse aos policiais militares que atirou aleatoriamente. As outras vítimas baleadas foram: Luana Correira Teixeira Campos; Alexsandra de Paula Dias; Aline Batista Marra; Ricardo Natache Marra; Ailton Dias Soares e Maria Gorete.
Indiciamento
O Ministério Público apresentou denúncia à Justiça, que tornou Ruan Nilton da Luz réu por duplo homicídio e por tentativa de homicídio de seis pessoas, por motivo torpe. A pena prevista para esse crime é de 20 anos.
De acordo com o MPMG, Ruan “matou e tentou matar porque não concordava com a posição política” das vítimas.
A Justiça considerou que o réu agiu com dolo homicida, ou seja, com intenção de matar. “Na noite dos fatos, durante as apurações do segundo turno das eleições presidenciais, o denunciado, insatisfeito com o resultado que se apresentava até aquele momento, resolveu munir-se de armas de fogo e sair à caça daqueles que considerava apoiadores do candidato vitorioso”, diz trecho da ação penal do Ministério Público.
Esta notícia foi lida 95 vezes!