Fica tudo menos difícil no futebol quando se tem talento. E na vida. E, quando você não quer deixar de jogar, quando você tem prazer de ser o que é Fábio e o que é Thiago Silva, a coisa fica muito mais fácil.
O Fluminense não havia jogado mal na Bahia, com a derrota por 1 a 0. Mas, mais uma vez, esse time tricolor de Renato queimou minha língua e quebrou minha cara.
Não torço nem por um, nem por outro, mas torço por histórias como a do Fábio e desse monstro que é o Thiago Silva, que tudo limpou na área das poucas vezes em que o Bahia atacou.
E mais ainda fez a diferença no segundo gol tricolor, o da classificação da equipe carioca, que já havia aberto o placar merecidamente com Canobbio, batendo pênalti. Foi melhor nos 90 minutos, p
ara não dizer que foi bem melhor ou mais objetivo e mais ofensivo que o Bahia nos 180.
O Fluminense vai longe e chega a mais uma semifinal de mata-mata. Se no Campeonato Brasileiro, por pontos corridos, não é esse time, a equipe, desde o Mundial de Clubes, mostra que no mata-mata é outra história. Ainda mais com gente tão viva como Thiago Silva e Fábio.
Já na Neo Química Arena, o Corinthians começou sofrendo mais do que devia. Tomou um golaço de Viveiros, artilheiro atleticano, mas que antes havia feito uma falta bem marcada pelo VAR, não pela arbitragem, que teve vários lances polêmicos, como já havia acontecido em Curitiba.
Mas, dessa vez, não há muito o que reclamar, o Athletico. Depois do golaço de Viveiros, que foi bem anulado, o time se perdeu, deu o espaço, e o Corinthians foi mais eficiente.
Como no belo gol de Garro, seu segundo na temporada, depois de linda enfiada de Gui Negão, o mesmo que na segunda etapa faria um corintianíssimo gol de raça, de superação. Confuso, como é o Corinthians fora de campo, diferentemente desse timão, que na Copa do Brasil é outra história.
Como fez contra o Palmeiras, fez de novo, com duas vitórias contra o Athletico Paranaense. Esse Corinthians que não toma gol até quando o adversário tem a chance.
A história que Hugo Souza vai fazendo com a camisa corintiana é impressionante. O Corinthians, que teve Dida para defender pênaltis, que teve Doni, de média absurda no Parque São Jorge, que teve recentemente o gigante Cássio, tem outro colosso que é o Hugo Souza. Defendeu a cobrança de um pênalti mal batido pelo Athletico e garantiu o 2 a 0, que leva o Corinthians a mais uma semifinal de Copa do Bras
Muito mais vivo do que está fora de campo, com menos controvérsias políticas, porque agora a coisa está acalmada, embora economicamente seja problema.
Para um clube com tantos desafios e tantas dívidas, inclusive para gente de dentro do clube, essa equipe já tem crédito com a torcida. E Dorival Júnior vai ganhando mais tempo para trabalhar melhor o Corinthians na Copa do Brasil.
Por Mauro Beting – Estadão
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