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O senador Ciro Nogueira (PP-PI) parece mesmo disposto a reforçar os rumores de que ele quer se reaproximar do governo Lula (PT) e deixar paulatinamente a imagem de “o maior bolsonarista do mundo”. Pois é, o parlamentar piauiense, que ganhou corpo na política e chegou ao Senado da República após uma forte adesão aos governos petistas do passado, para depois insultar e demonizar a sigla, embarcando de cabeça na gestão de Jair Bolsonaro (PL), na qual foi até ministro-chefe da Casa Civil, agora faz inclusive elogios a projetos do atual Executivo federal.
Nesta quinta (23), Ciro foi ao seu perfil oficial na rede X (antigo Twitter) para “dar apoio” ao projeto antifacção, como instrumento de combate ao crime organizado, apresentado recentemente pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
“Nada é mais urgente no Brasil do que enfrentar o crime. Sufocar suas fontes de financiamento é o primeiro passo. Desde o ano passado, tenho, inclusive, um projeto de lei que ataca o caixa das facções e confisca seus recursos. A recém apresentada iniciativa do ministro Lewandowski com o projeto antifacção está no caminho certo, mas a jornada é bem maior. Por isso, o Progressistas reúne hoje em São Paulo especialistas de todo o país, em mais uma edição do Fórum de Segurança Pública Pelo Brasil, em que discutimos soluções reais e duradouras. Segurança exige rigor, urgência e coragem. É o que o Brasil espera de nós”, postou o senador até então “superbolsonarista”.
A manifestação de Ciro vem na esteira de muitas especulações de que ele estaria “arrependido” da conversão ao bolsonarismo, e que agora, mesmo sem jeito e desconcertado, gostaria de voltar a integrar a base do governo Lula, como já fez no passado. A bem da verdade, as aspas no arrependimento têm razão: político oriundo de um dos estados mais lulistas do Brasil, o Piauí, no qual o atual presidente teve quase 77% dos votos na eleição de 2022 no 2º turno, Ciro está desgastadíssimo por lá.
Uma pesquisa Real Time Big Data recente, realizada entre os dias 27 e 29 de setembro, mostrou que o quase ex-bolsonarista não conseguirá se reeleger para o Senado em 2026. Embora sejam duas vagas no pleito do ano que vem, ele aparece apenas em terceiro lugar com 18% das intenções de voto, atrás de Marcelo Castro (MDB) e Júlio César (PSD), ambos da base do governo Lula.
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