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Em dezembro do ano passado, a Marinha publicou um vídeo que teve ampla repercussão, questionando se há “privilégios” no órgão.
Na peça publicitária, aparecem militares em treinamento, trabalhando em enchentes, estudando, mergulhando e encenando uma situação em que um navio afunda, enquanto outras pessoas fazem festa, aproveitam a praia, viajam e comemoram aniversário com a família. O vídeo encerra com uma militar falando: “Privilégios? Vem para a Marinha!”
No episódio desta semana do Ilustríssimo Privilégio, o colunista do Estadão Pedro Fernando Nery e o repórter Weslley Galzo explicam alguns dos privilégios que colocam marinheiros em situação superior à de trabalhadores comuns, sejam do serviço público ou da iniciativa privada.
Um dos benefícios desses profissionais é receber salários em dólares quando estão em missão internacional. Essa modalidade permite, por exemplo, que um oficial ganhe até R$ 216 mil líquidos por mês, entre salários, verbas indenizatórias e gratificações.
“Esse pagamento tem uma outra vantagem: a possibilidade de não pagar Imposto de Renda. Isso quer dizer que quem recebe esse tipo de pagamento tem uma alíquota muito baixa no final das contas”, explica Pedro Fernando Nery. “O que acontece com esses militares da Marinha ou de outras Forças que estão no exterior é o mesmo sistema que já beneficia os diplomatas: o tratamento desses pagamentos não como salários, mas como indenizações.”
Em agosto do ano passado, a Força remunerava 821 pessoas na moeda americana, o que gerou uma despesa de US$ 7,2 milhões, como mostrou reportagem do Estadão.
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