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Empresa brasileira de defesa vai investir R$ 3 bilhões em fábrica de mísseis

Por Carlos Eduardo Valim – Estadão

A empresa do setor de defesa Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico) anunciou investimentos de R$ 3 bilhões para a montagem de uma fábrica de 7 mil metros quadrados, próxima à Rodovia Dutra, em São José dos Campos (SP), para a produção de armamentos de alta complexidade. A empresa, que teve um pouco menos do seu capital comprado em setembro, por valor não revelado, pela Edge, estatal dos Emirados Árabes, opera atualmente dentro do Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos e participa do desenvolvimento de dois mísseis nacionais.

Um deles é o míssil naval Mansup (sigla para Míssil Antinavio Nacional de Superfície) e o outro é o MSS, utilizado em terra contra veículos blindados. Ambos estão entre os mais importantes projetos do setor no Brasil no momento, ao lado, por exemplo, do avião de cargas C-390 Millenium, da Embraer, que avançou com uma série de novos contratos no ano passado.

Apesar de ser uma empresa fundada apenas em 2017, a Siatt carrega esses projetos que remontam a décadas de desenvolvimento no setor de defesa nacional, e traz um expertise de longa data. Os fundadores da Siatt eram sócios da Mectron, que surgiu em 1991 e foi uma das principais companhias do setor e do polo tecnológico do Vale do Paraíba, antes de ser vendida para a Odebrecht em 2011. Além da Mectron e da Embraer, o setor de defesa e aeroespacial também conta, entre as suas maiores empresas, com a atuação da Avibras, sediada em São José dos Campos, que fez pedido de recuperação judicial em 2022.

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“Por trás de cada projeto complexo do setor, existe uma geração de inteligência coletiva, e o trabalho de muitos especialistas”, diz o CEO e sócio-fundador da Siatt, Rogério Salvador, que chegou na quarta-feira, 17, de viagem dos Emirados Árabes Unidos, onde o investimento bilionário foi anunciado. Ele fez parte de uma visita de quatro dias a Abu Dhabi, junto com uma delegação constituída por representantes do governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura de São José dos Campos. A agenda tinha como objetivo conhecer a sede do Grupo Edge, que é uma estatal de tecnologia avançada para o setor de defesa.

A Siatt havia firmado com a Marinha do Brasil, em 2019, o fornecimento de subsistemas do projeto de míssil Mansup. A empresa tem fornecido os sistemas de guiagem, navegação, controle e telemetria para o desenvolvimento desse míssil naval, que é uma espécie de versão nacional do francês Exocet (que ficou conhecido pelo seu uso na Guerra das Malvinas) e do americano Harpoon (utilizado na atual guerra entre Ucrânia e Rússia). Com a entrada de capital dos Emirados no projeto, a expectativa é de acontecerem mais encomendas para esse e outros projetos da Siatt.

Um exemplo disso foi a assinatura, em novembro, por parte das Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos, de uma carta de intenções para a compra de uma versão de alcance estendido do Mansup, além da versão de curto alcance, num contrato que pode movimentar US$ 300 milhões. “A versão atual com alcance maior é desenvolvida para atender às necessidades de combate marítimo moderno”, afirma Salvador. O número de unidades encomendadas de míssil é uma informação sigilosa, segundo os contratos da empresa com as forças armadas brasileira e do país árabe

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