O presidente dos Estados Unidos,Donald Trump, assinou uma ordem executiva nesta quinta-feira, 20, retirando a tarifa adicional de 40% imposta a diversos produtos brasileiros, em meio aos avanços nas negociações entre os dois países. Na prática, a decisão retira a sobretaxa de itens importantes para o setor exportador do País.
No fim de julho, Trump impôs uma tarifa adicional de 40% aos produtos brasileiros, que se somou à tarifa recíproca de 10% aplicada em escala global – totalizando 50%. O decreto, porém, trouxe uma lista com quase 700 exceções, como suco de laranja e produtos de aviação.
Na semana passada, Trump assinou uma ordem executiva retirando a tarifa recíproca de 10% sobre a importação de produtos como carne bovina, banana, café e tomate, em um momento em que o governo está sob pressão para reduzir o custo de vida dos americanos.
Na ocasião, a Casa Branca informou que havia mantido a tarifa adicional de 40% sobre o Brasil – taxa que caiu para diversos produtos nesta quinta-feira. Assim, itens como carne e café, que estavam com tarifa total de 50%, agora estão com a taxação zerada.
Veja os principais setores contemplados pelo alívio tarifário nesta quinta-feira e os que ficaram de fora:
Contemplado pela derrubada da sobretaxa nesta quinta, o café brasileiro era um dos setores mais afetados pelo tarifaço americano, já que ficou de fora da primeira lista de exceções, de 31 de julho, decretada pelo governo americano.
Aproximadamente, 16% do café brasileiro é destinado aos Estados Unidos, um dos principais destinos de exportação do grão. Os embarques ao mercado americano reduziram expressivamente desde agosto com a entrada em vigor do tarifaço.
O Conselho de Exportadores de Cafés do Brasil (Cecafé) comemorou a retirada da sobretaxa de 40% sobre o café brasileiro – sendo que, na semana passada, Trump já havia derrubado a tarifa recíproca de 10%.
Celebramos a conquista da queda da tarifa adicional de 40%. Conseguiremos reduzir os impactos e buscaremos ao máximo reconquistar os espaços perdidos nos blends no mercado americano”, disse o CEO do Cecafé, Marcos Matos, ao Estadão/Broadcast.
O setor cafeeiro nacional temia perda de espaço no mercado americano já que os principais concorrentes do grãos brasileiro estavam em condição tarifária mais vantajosa. “Agora, o café brasileiro está em pé de igualdade com as demais origens. Buscamos a isonomia com trabalho intenso dentro e fora do país, nos bastidores, no governo americano e aqui no governo brasileiro, e o resultado veio”, comentou Matos.
Exportadores nacionais atuaram em articulação com a NCA (Associação Nacional do Café, que representa a indústria cafeeira nos Estados Unidos) para a isenção do produto brasileiro, que representa cerca de 34% de tudo que os EUA importam anualmente. Os EUA não são player relevante na produção de café, entretanto, são o maior consumidor global, dependendo de importações para abastecimento do mercado interno.
“Agora, o momento é de com a competência e eficiência da cadeia reconquistar os espaços nos blends. Com isso, não deixamos o concorrente fazer relação comercial de longo prazo com os nossos importadores”, apontou o CEO do Cecafé.
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