A manifestação convocada por Jair Bolsonaro (PL) neste domingo (29), na avenida Paulista, gerou uma crise interna entre seus aliados, ao atrair um público significativamente menor do que o esperado. O clima nos bastidores do bolsonarismo se assemelha ao de um velório, com recriminações mútuas, acusações de traição e aprofundamento das disputas familiares e partidárias. Segundo levantamento do Monitor do Debate Político do Cebrap, apenas 12,4 mil pessoas compareceram ao ato — número muito inferior aos 44,9 mil registrados em abril e aos 185 mil que se reuniram em fevereiro de 2023.
As informações são da Folha de S.Paulo, que ouviu diversos interlocutores do campo bolsonarista. A ausência de figuras de destaque, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), acirrou tensões já existentes. Embora até a véspera os dois fossem dados como presenças certas no ato, ambos justificaram ausências por compromissos prévios. Michelle alegou agenda do PL Mulher em Roraima, enquanto Nikolas afirmou ter sido padrinho de casamento de uma prima.
Rachaduras e desconfiança
Entre os aliados mais próximos do ex-presidente, cresceu a desconfiança e a busca por culpados. O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente e atualmente nos Estados Unidos, publicou vídeo enigmático nas redes sociais, afirmando que era necessário prestar atenção em “quem compareceu, quem não compareceu, como é que foram os discursos, quem é que faz o embate”.
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