Por Marcel Riso
A adoção do vídeo no futebol para corrigir erros de arbitragem começou a sair do papel em 2016. No Brasil, a Série A passou a utilizar o VAR em 2019. Nesses quase dez anos, atualizações foram feitas no protocolo, e a tecnologia evoluiu para o que especialistas chamam de “VAR 3.0”, principalmente com a chegada do impedimento semiautomático, que estreou na Copa do Mundo de 2022, no Catar.
Uma reunião realizada na segunda-feira passada entre a direção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e oito integrantes da Comissão Nacional de Clubes (CNC) definiu que o impedimento semiautomático deve ser implementado, ao menos na elite nacional, a partir de 2026. No entanto, ainda há obstáculos a serem superados.
A CBF precisa contratar um fornecedor de equipamentos capaz de implementar uma combinação de câmeras e softwares que meça, com precisão, a posição dos jogadores e da bola em campo. Com isso, deixará de ser necessário o uso manual do traçado de linhas.
Essa tecnologia precisa ser instalada em todos os estádios do campeonato, o que pode representar um desafio maior nos locais com estrutura mais modesta e encarecer o montante total da operação. A entidade que comanda o futebol brasileiro, que prometeu arcar com 100% dos gastos, ainda não informou aos clubes quanto pretende investir, mas há uma estimativa de cerca de R$ 40 milhões por temporada apenas para a Série A. Esse valor vai variar conforme o fornecedor escolhido e pode ser menor. Atualmente, o VAR tradicional custa aproximadamente R$ 7,5 milhões por edição da competição.
O VAR no Brasil ainda divide opiniões. O protocolo prevê que o árbitro só seja acionado em caso de “erro claro e óbvio”, especialmente em lances de gol, pênalti e cartão vermelho. Na prática, porém, o recurso muitas vezes se transforma em uma segunda chance para a revisão de jogadas duvidosas.
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