André Corrêa do Lago fala em preços ‘completamente abusivos’ e afirma que nações em desenvolvimento estão revoltadas com ‘insensibilidade’ do setor hoteleiro da capital paraense
Por Denise Luna (Broadcast) e Gabriela da Cunha (Broadcast)
Entrevista com André Corrêa do Lago, presidente da COP-30
Em entrevista a correspondentes estrangeiros, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), disse que alguns países pediram que a reunião da cúpula, marcada para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro, não seja mais realizada em Belém, no Pará, por causa dos preços dos hotéis. Lago, inclusive, admitiu que alguns estabelecimentos estão cobrando até 15 vezes o valor normal das diárias.
“Tornou-se público que diversos países do grupo que conforma a administração da Convenção do Clima, que se chama Bureau, manifestaram de fato e saíram a público para dizer que a questão do preço dos hotéis é uma preocupação. De fato, representantes de regiões pediram para tirar a COP de Belém numa reunião anteontem (terça-feira)”, disse Lago.
O embaixador reconheceu que os hotéis geralmente aumentam os preços em todas as COPs que já foram realizadas, mas que em Belém está havendo um movimento extorsivo.
“Se na maioria das cidades onde as COPs aconteceram os hotéis passaram a pedir o dobro ou triplo do valor, no caso de Belém estão pedindo mais de 10 vezes. Então, há uma sensação literalmente de revolta dos países por essa insensibilidade, sobretudo por parte dos países de menor desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos e abusivos. De fato os preços de Belém estão completamente abusivos, mais de 10 vezes e, em vários casos, 15 vezes o valor que os hotéis normalmente cobram”, disse.
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