Isadora Duarte
BRASÍLIA – À medida que se aproxima a entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, cresce no setor agropecuário o temor pela intensidade das respostas do governo brasileiro. Há dois temas que acendem o alerta do segmento em relação à eventual reação do Brasil: a imposição de tarifas recíprocas sobre insumos importados dos EUA e a quebra de patentes de biotecnologias e insumos agrícolas, segundo interlocutores ouvidos pelo Estadão/Broadcast.
Representantes do agronegócio anteveem aumento do custo de produção caso o Brasil aumente as tarifas sobre produtos importados dos EUA, além da pressão já sentida pela valorização cambial. “A preocupação não é somente com a perda das exportações, mas também com o aumento do custo de fertilizantes, defensivos, sementes e biotecnologia, caso o Brasil resolva retaliar”, explicou uma liderança do setor.
A apreensão é justificada, pois no comércio internacional quem paga pela tarifa é o importador. Neste caso, as indústrias brasileiras tenderiam a repassar ao preço final dos produtos o maior custo com insumos trazidos de fora, implicando a elevação do custo de produção das lavouras.
“Sobretaxar os insumos americanos seria um desastre”, observou um empresário, grande produtor de grãos, à reportagem. Ele lembra que já houve aumento no custo dos insumos importados, considerando a valorização de cerca de 2% do dólar ante o real, desde o anúncio do tarifaço pelo governo norte-americano em 9 de julho.
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