Marcelo Godoy
Ação foi replicada no Paraguai e na Argentina no mesmo dia em que almirante chefe do SouthCom desembarcou em Brasília; militares veem ‘provocação’ e ‘precedente perigoso’
A Embaixada dos EUA em Brasília tornou pública nesta segunda-feira, dia 19, a oferta de uma recompensa de até R$ 10 milhões para quem fornecer informações sobre “mecanismos financeiros Hezbollah na área da Tríplice Fronteira”. O texto pede que o informante “entre em contato” com o serviço de segurança do Departamento de Estado americano e afirma: ”você pode se qualificar para uma recompensa e relocação”.
A iniciativa aconteceu no dia em que o almirante Alvin Holsey, chefe do SouthCom, o comando Sul das Forças Armadas dos EUA, desembarcou em Brasília para uma visita de três dias, quando deve se encontrar com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, e com os comandantes das três Forças: Marinha, Exército e Aeronáutica. E causou mal-estar entre os militares brasileiros ouvidos pelo Estadão.
Sob a condição de anonimato, generais afirmaram que a oferta de recompensa soou como provocação e compromete o diálogo e a cooperação com o governo americano, que parece preferir a “lacração de internet” ao trabalho sério com os países da região. As embaixadas americanas no Paraguai e na Argentina reproduziram a mesma publicação.
O Hezbollah é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos. Ele atua como um partido político armado ligado à comunidade xiita no Líbano sob o pretexto de combater a ação de Israel na região.
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