Por Mauro Beting – Estadão
Além de tempo, que é o dinheiro que sobra no PSG, paciência não tem preço. Apenas o valor de esperar. E acreditar.
O PSG está se achando. Na melhor acepção. De parar de se perder. Faltam no mínimo 90 minutos contra a poderosa Inter de Milão na final da Champions League. Como falta cada vez menos para o Arsenal ir mais longe.
Quase adeus, desconfiança e o melhor time do mundo não pararam o PSG
Janeiro de 2025. Oito minutos do segundo tempo no Parque dos Príncipes. Haaland faz 2 a 0 para o Manchester City.
— Seria mais um fiasco do PSG na Champions nesse projeto que torrou o dinheiro que jorra no Catar e…
— Mas ainda é quase nada, por mais que Luis Enrique tenha levado o clube francês à semi da Champions em 2024, agora vai ser ridículo. Nem pra repescagem vai o clube que desde 2011 já teve Messi, Neymar, Mbappé e agora só tem uns franceses rápidos lá na frente e…
Um deles, Barcola empata, aos 15 minutos.
— Mas é preciso vencer o City, em casa! Ainda tem meia hora. Mas mesmo com esse tridente de meio tão bom e capaz, de três capatazes operários do semestre como Vitinha, João Neves e Fabián Ruiz, sei lá, ainda falta molho. Esse Pacho é um baita zagueiro. Um achado. E não tem como criticar duas potências ofensivas como Hakimi e Nuno Mendes. Que laterais, que pontas! Até mesmo o Donnarumma enfim está sendo o goleiro que foi. Mas só empatar contra o time de Guardiola na França não vai adiantar e…
Gol do Neves! PSG 3 a 2!
— Mas ainda tem mais 13 minutos e acréscimos. Lembra o que o United fez aqui, com Rashford? Aquele outro derretimento de 17 minutos o contra o Real Madrid na temporada seguinte? E eram Buffon e Donnarumma errando feio! Não vai dar. No final o City vai achar um golzinho e…
Gol! Gonçalo Ramos! PSG 4 a 2!
— Agora tem de ganhar do Stuttgart na Alemanha…
4 a 1!
— Boa… Mas vão ser dois jogos a mais no playoff. E contra time francês. Eles conhecem o Paris.
Mas eles estiveram irreconhecíveis: 10 a 0 no agregado contra o Brest. Deu para passar.
Mata-mata. Oitavas… Não vai rolar de novo… E, para piorar, e para variar, o “azareio” do Paris: o melhor time da fase de liga, e o melhor time do mundo: o Liverpool do Salah! E que adianta jogar muito se o Alisson catou tudo? Derrota em casa. Virada em Anfield? Esquece…
Dembélé, não! O melhor ambidestro do mundo faz 1 a 0 aos 12!
— Nos pênaltis, vai dar visitante…
E deu!
— Será?
— Aston Villa vai dar.
3 a 1 em Paris.
— Molezinha na volta…
2 a 0 para o Aston Villa com os dois pontas-laterais em 26 minutos.
— Já foi…
— É o PSG… Calma lá… Tô falando…
Os caras viraram: 3 a 2. E só não fizeram mais porque o Donnarumma nasceu para fazer história na Inglaterra – ou contra os ingleses.
Arsenal eliminou o Real Madrid.
— Vai ser um sufoco desde o começo e...
Gol do Dembélè, aos 3! 1 a 0 em Londres nessa interminável Guerra dos 100 anos contra a armada britânica.
— Tem volta e tem jogo na semifinal no Parque dos Príncipes! O “HospitArsenal” ainda não tem Havertz, e a dupla Gabriel Jesus e Magalhães…
Mas teve 10 minutos iniciais de cinema: aos 3, Rice quase fez de cabeça; na sequência, depois de mais um “latereio” do Thomas Partey, Donnarumma fez seu primeiro milagre. E faria outro aos 8, numa pancada do Odegaard.
— Enfim aquele moleque goleiro que pintou no Milan e brilha na Squadra Azzurra dá o ar da graça em temporada espetacular no PSG.
Aos 16, depois de belíssima jogada de outro monstro ambidestro do time francês, o incansável Kvaratskhelia, bola na trave de Raya. E dentro do gol dele, aos 26 min, em bela canhotaça de Fabián Ruiz, jogador “revelado” na Euro-2024. Nem Donnarumma teria defendido a bomba.
Aos 29, um contragolpe monstruoso do Paris Saint-Germain em velocidade só não saiu gol porque, dessa vez, Raya defendeu em grande lance de Barcola.
Na segunda etapa, demorou para o Arsenal chegar com apetite e sede. Quando acordou, o Paris Saint-Germain já tinha perdido um pênalti com Vitinha, aos 23, e já tinha ampliado com Hakimi, aos 26 – o lateral que fez um gol de centroavante.
E se você ainda vai falar de alguma pisada na bola ou entregada do goleiro italiano, aos 18 ele mandou a escanteio um golaço de Saka. Outro lance de craque de Donnarumma.
Aos 20, Saka fez o chamado gol de honra de um Arsenal de Arteta que está batendo na trave na Inglaterra e na Europa. Ou perdendo gols loucos como o de Saka, aos 34. Por detalhes doloridos. Como também era assim o PSG até chegar a mais uma justíssima final.
Esta notícia foi lida 72 vezes!