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Presidente eleito, Jair Bolsonaro, conversa com presidente do STF, Dias Toffoli, durante celebração dos 30 anos da Constituição brasiliera no Congresso Nacional em Brasília, Distrito Federal 06/11/2018 REUTERS/Adriano Machado

De Toffoli para Bolsonaro: ‘O senhor acha que os generais 4 estrelas vão deixar um capitão assumir?’

Vera Rosa – O Estado de SP

No dia 19 de dezembro de 2022, Jair Bolsonaro participou de um jantar, em Brasília, na casa do então ministro das Comunicações, Fábio Faria. Mas quem pediu para que Faria organizasse o encontro foi o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Preocupado com a relutância de Bolsonaro em admitir a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição, Toffoli chamou o então presidente para uma conversa reservada após o jantar.

“O senhor acha que, se houver um ato de força, os generais quatro estrelas vão deixar um capitão assumir o poder?”, perguntou o ministro do STF, a portas fechadas, numa referência à patente de Bolsonaro. “A história, como a de 1964, mostra que não.”

A poucos dias do fim do mandato, o presidente ficou em silêncio. Depois, negou que estivesse planejando um golpe. Disse, porém, que temia a prisão e a perseguição política, principalmente na direção de seus filhos. Afirmou, ainda, que jamais passaria a faixa para Lula.

Antes, durante o jantar, Bolsonaro já havia garantido que não se envolveria em nenhuma “aventura” ou ato terrorista. Além de Fábio Faria, o anfitrião, e de Toffoli, compareceram o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o titular da Casa Civil à época, Ciro Nogueira, o procurador-geral da República, Augusto Aras, o chefe da Advocacia-Geral da União, Bruno Bianco, o almirante Flávio Rocha, da Secretaria de Assuntos Estratégicos, e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jorge Oliveira.

O objetivo do encontro era convencer Bolsonaro a fazer um pronunciamento reconhecendo a eleição de Lula para desmobilizar os acampamentos golpistas diante dos quartéis. O então presidente repetia, no entanto, que não tinha convocado ninguém para aquela concentração, e por isso não cabia a ele desmobilizar nada.

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