O Estado de SP
O material éessencial para eletrificação da economia
Mineral cuja demanda deve avançar com a eletrificação da economia e que ficou conhecido como “ouro branco”, o lítio teve uma queda de 86,5% no preço desde o fim de 2022, quando atingiu seu auge. O valor médio do quilo do carbonato de lítio chegou a US$ 68 em dezembro daquele ano. No mês passado, ficou em US$ 9,26 — mesmo após a China suspender a produção de grandes minas, ameaçando a oferta global do material. A baixa cotação tem postergado negócios no Brasil.
A desaceleração do mercado de carros elétricos e, principalmente, uma sobreoferta global estão por trás dessa redução do preço do lítio, material abundante na natureza. Em meio à pandemia, porém, as cotações também estavam exageradamente elevadas devido à falta de oferta que havia no momento, dizem os analistas do setor.
No primeiro ano da covid, em 2020, o preço do quilo do mineral variou entre US$ 7 e US$ 9. Nos anos posteriores, no entanto, houve uma escalada até se aproximar dos US$ 70. À época, o governo chinês criou incentivos que impulsionaram a venda de carros elétricos no país. Em todo o mundo, porém, a oferta do lítio — usado na bateria dos veículos — ainda era limitada, o que pressionou as cotações.
Mineradoras que vinham se preparando para esse aumento de demanda impulsionado pelos veículos elétricos reagiram relativamente rápido. Além da China, países como Austrália, Chile, Brasil e Zimbábue inauguraram ou expandiram projetos de extração de lítio, elevando a oferta no mercado. Entre 2021 e 2024, os australianos, por exemplo, ampliaram sua produção em quase 100% e os chilenos em 75%, de acordo com dados da Argus Media.
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