Imagine um país onde um presidente polarizador perdeu sua tentativa de reeleição e se recusou a aceitar o resultado. Ele declarou a votação fraudada e usou as redes sociais para incitar seus apoiadores a se rebelarem. Eles o fizeram aos milhares, atacando prédios do governo. Então, a insurreição fracassou, o ex-presidente enfrentou uma investigação criminal e os promotores o levaram a julgamento por planejar um golpe.
Isso soa como um sonho da esquerda americana. Mas, na outra grande democracia das Américas, isso é realidade. Em 2 de setembro, o julgamento de Jair Bolsonaro, conhecido no exterior como “Trump dos trópicos”, começará no Supremo Tribunal Federal.
Brasil. Um ex-general de quatro estrelas conspirou para anular o resultado da eleição; assassinos planejaram matar o verdadeiro vencedor. Mas o golpe acabou fracassando por incompetência.
Bolsonaro e seus aliados provavelmente serão considerados culpados. Isso faz do Brasil um exemplo para a recuperação de países afetados pela febre populista. Na Polônia, dois anos após a saída do partido Lei e Justiça (PiS), uma coalizão liderada por Donald Tusk, um centrista, é limitada por um novo presidente do PiS. No Reino Unido, o brexit agora é impopular, mas Nigel Farage, o político que o inspirou, lidera nas pesquisas. Nem mesmo o massacre do Hamas em 7 de outubro de 2023 conseguiu tirar Israel de suas amargas divisões.
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