Jornais de fora do país ressaltam o caráter inédito do processo e apontam o envolvimento de Donald Trump
Por Raisa Toledo
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que terá início nesta terça-feira, 2, vem sendo bastante mencionado na imprensa internacional. Bolsonaro é um dos oito réus apontados como integrantes do “núcleo crucial” da tentativa de golpe de Estado, que será julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nos próximos dias.
A cobertura internacional noticiou o monitoramento em tempo integral do condomínio do ex-presidente e as tentativas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interferir no processo judicial. O papel do ministro Alexandre de Moraes e do STF também foram abordados, assim como a promessa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de conceder um indulto a Bolsonaro se eleito presidente.
No jornal The New York Times, uma análise questiona a Corte ter “dado a si mesma novos poderes extraordinários para confrontar o que é visto como uma ameaça extraordinária apresentada por Bolsonaro e seus ataques às instituições”, mencionando que o STF está julgando ataques a ele próprio.
Outro texto informa sobre o reforço no policiamento ao redor do condomínio do ex-presidente e diz que, embora nenhum plano de fuga tenha sido interceptado, a medida foi considerada necessária pelos indicativos que Bolsonaro deu de que planejou fugir em algum momento e pelos esforços de um de seus filhos em um “lobby” para que Trump intervenha no caso.
O The New York Times descreveu o monitoramento a Bolsonaro
O britânico The Guardian e o francês Le Monde também destacaram a vigilância policial permanente para evitar uma tentativa de fuga.
Segundo a revista britânica The Economist, o Brasil deu uma “lição de maturidade democrática” ao investigar criminalmente o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, ao contrário do que fez os Estados Unidos. A capa mostra Bolsonaro com um chapéu igual ao que usava o “Viking do Capitólio”, um dos apoiadores do presidente Donald Trump, na invasão do Congresso americano em janeiro de 2021.
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