Roseann Kenedy
ministro Alexandre de Moraes precisa dar transparência e concluir o “inquérito do fim do mundo” para resgatar a normalidade nesse momento da vida brasileira, após o núcleo crucial da trama golpista ter sido todo condenado. A avaliação feita pelo jurista Miguel Reale Junior é de que não há mais motivos para protelar esse processo, iniciado há seis anos para apurar fake news contra magistrados, mas que virou um penduricalho de investigações sigilosas. “Já chegamos numa solução de reafirmação dos valores democráticos”, ressalta.
“Ultrapassamos essa dificuldade imensa que era o processo relativo ao golpe de estado, que é o problema central. Tudo em torno do inquérito do fim do mundo diz respeito a fatos anteriores e propulsores que terminaram desaguando no 8 de janeiro. É o momento de o Supremo ir mostrando uma volta à normalidade, para dar uma finalização a esse momento”, emenda.
Professor titular sênior da Faculdade de Direito da USP e ex-ministro da Justiça, Reale Junior considera que o inquérito inicial foi instaurado no tempo certo e o Supremo teve um papel importante, pois “atuou na ausência do órgão ao qual caberia, a Procuradoria Geral da República (PGR), que fazia ouvidos moucos, fazia de conta que nada estava ocorrendo”.
Entretanto, ressalta o ex-ministro da Justiça, já passou tempo demais. “Muitas dessas investigações ou já tem sua autoria determinada e a configuração delituosa ou a ausência de dados indica o arquivamento”.
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