Dirigentes das varejistas, Sidney Oliveira e Mário Otávio Gomes, foram presos nesta terça, 12, na Operação Ícaro por suspeita de pagar propinas milionárias a fiscal de Rendas da Fazenda do Estado de São Paulo para facilitar restituições de créditos tributários; Estadão busca defesas; Fast Shop diz que colabora com autoridades
A evolução patrimonial da empresa Smart Tax, registrada em nome da mãe do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, arrastou gigantes do comércio varejista, entre elas a Ultrafarma e a Fast Shop, ao centro de uma esquema de corrupção para recuperação de créditos tributários. Nesta terça-feira, 12, o fiscal e executivos das empresas, Sidney Oliveira (Ultrafarma) e Mário Otávio Gomes (Fast Shop), foram presos temporariamente na Operação Ícaro, a primeira etapa ostensiva da investigação, que mira agora outros grupos varejistas suspeitos.
Em nota, a Fast Shop informou que ainda não teve acesso à investigação e que está colaborando com as autoridades competentes. A Ultrafarma ainda não se manifestou.
A quebra de sigilo bancário e fiscal da Smart Tax foi o ponto de partida da investigação. A empresa de consultoria tributária está registrada em nome de Kimio Mizukami da Silva, de 73 anos, professora aposentada da rede pública. Em 2021, ela declarou R$ 411 mil no Imposto de Renda. O patrimônio saltou para R$ 46 milhões em 2022 e para R$ 2 bilhões em 2024, em decorrência dos rendimentos da empresa.
O aumento patrimonial vertiginoso chamou a atenção do Ministério Público de São Paulo. A empresa está registrada no endereço residencial do fiscal, em Ribeirão Pires, no ABC paulista, e não tem funcionários cadastrados. Kimio não tem qualquer experiência em consultoria tributária. Além disso, desde que foi constituída, em 2021, a empresa teve uma única cliente: a Fast Shop. O executivo Mário Otávio Gomes, diretor estatutário da Fast Shop, foi preso nesta terça.
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