As avaliações dos cursos de Medicina precisam ter consequências mais claras para as faculdades, afirma A diretor-superintendente de Ensino do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, faculdade ligada a um dos hospitais mais renomados do País.
Para o médico cardiologista, “tudo funciona a base de recompensa e punição” e, por isso, exames que mostrem resultados negativos sem um plano de correção de rotas são pouco eficientes.
Ele defende, entre as punições, suspender novas turmas e até fechar cursos com notas baixas. “A gente tem de proteger o público porque, no fim do dia, os alunos terão o que buscam, que é um diploma, e quem fica desassistido nessa história é o paciente.”
O Enade de 2023, avaliação do Ministério da Educação (MEC) com resultados divulgados em abril, mostra que só 4 em cada 10 cursos de Medicina têm média 4 ou 5, consideradas ideais no Conceito Preliminar de Cursos (CPC). A nota máxima (5) só foi alcançada por 6 faculdades – a do Einstein é uma delas.
Para Holthausen, o Enade é insuficiente para medir a qualidade da formação médica no País, pois não abrange outros aspectos, como a formação humana e socioemocional, além de não ter tempo suficiente para avaliar os campos de estágio.
Além de consequências para as instituições, é preciso pensar nos estudantes. “Se um aluno é mal avaliado, preciso de um plano para ele. Como faço para que na próxima avaliação ele passe a ser melhor avaliado?”, diz.
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