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Mercado interno é uma energia silenciosa que protege a economia brasileira, diz Trabuco ex CEO do Bradesco

Presidente do Conselho de Administração do Bradesco

Há uma energia silenciosa, muitas vezes subestimada, que protege a economia brasileira em meio às crises: o mercado interno. Essa ideia é central na obra História da riqueza no Brasil: cinco séculos de pessoas, costumes e governo, de Jorge Caldeira. Também foi muito enfatizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao explicar o sucesso do Plano Real e a resiliência do País aos ciclos de turbulência dos mercados globais. “Temos que entender que nossa força é o mercado interno”, disse ele.

A pauta de exportações do Brasil equivale a 16% do PIB, bem atrás de países como a França, com 30%, e a Alemanha, entre 45% e 50%. Simplificando, o Brasil consome boa parte do que produz — e é essa base interna que está garantindo a dinâmica econômica em contraponto ao tarifaço.

No cenário atual de alta complexidade, no qual as vendas externas, da indústria ao agronegócio, sofrem com retaliações e ameaças, mais uma vez devemos observar a qualidade dos indicadores mais recentes do nível de emprego e de renda, que batem recordes históricos.

No segundo trimestre deste ano, a taxa de desemprego apurada pelo IBGE ficou em 5,8%, a menor desde 2012, com 102,3 milhões de pessoas ocupadas. A economia nacional criou 1,8 milhão de vagas de trabalho, elevando para 39 milhões o contingente de empregados formais. A renda média mensal atingiu a marca inédita de R$ 3.477, com alta de 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2024.

No dia a dia dos brasileiros, esse conjunto de dados se traduz em bem-estar para as famílias, melhores oportunidades profissionais para os indivíduos e maior confiança no futuro. A consequência principal da soma desses fatores positivos é a liberdade para que as pessoas façam as suas escolhas. O ponto de atenção é o efeito no aumento do consumo, o que determina uma política monetária restritiva.

O tarifaço imposto pelos Estados Unidos abalou antigas alianças comerciais e motiva novos arranjos. As tentativas e a insistência na negociação direta com as autoridades americanas, ou por triangulações com os importadores, em lugar da retaliação, é o melhor caminho. Além disso, medidas de contingenciamento adotadas pelos governos federal e estaduais serão estratégicas para superar esse quadro desafiador.

Concretamente, o que está sob nosso controle é garantir um mercado interno robusto. É natural que seja esse o centro das alternativas para que o Brasil enfrente mais uma vez o quadro adverso com altivez, dignidade e otimismo.

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Autor redacao

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