O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou públicos nesta terça-feira, 3, os vídeos dos depoimentos das 52 testemunhas de defesa e acusação ouvidas na ação penal contra o “núcleo crucial” da trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As gravações das audiências foram liberadas após a conclusão de todos os depoimentos. A próxima etapa é o interrogatório dos réus, a partir da próxima semana.
O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, confirmou que Bolsonaro apresentou a ele um “apanhado de considerandos” sobre medidas como estado de defesa, estado de sítio e Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Freire Gomes negou ter dado voz de prisão a Bolsonaro durante um encontro no Palácio da Alvorada em que foram debatidos meios para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não aconteceu isso, de forma alguma. Acho que houve aí uma má interpretação até quando nós conversamos em paralelo, os comandantes. O que eu alertei o presidente, sim, que se ele saísse dos aspectos jurídicos, além de não poder contar com nosso apoio, ele poderia ser enquadrado juridicamente”, disse ao ser ouvido no STF.
Em outro trecho de seu depoimento, o general foi repreendido pelo ministro Alexandre de Moraes, que conduziu a audiência, após mudar de versão sobre o apoio do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, ao golpe.
“Ou o senhor falseou a verdade na polícia ou está falseando a verdade aqui”, advertiu Moraes.
Em resposta, Freire Gomes afirmou que “jamais mentiria”. “O almirante Garnier tomou essa postura de ficar com o presidente. Eu não posso inferir o que ele quis dizer com ‘estar com o presidente’. Agora eu não omiti o dado. Eu sei plenamente o que eu falei.“
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